De forma a ter um conhecimento mais aprofundado sobre a falta de recursos humanos nos serviços de saúde, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) lançou um formulário de denúncia, anónimo e confidencial.
Estes dados são particularmente importantes, num momento em que surgem informações contraditórias sobre a situação nos serviços de urgência e em que se estão a decorrer negociações com o Ministério da Saúde.
Adicionalmente, a FNAM pretende identificar situações de falta de condições para além dos serviços de urgência. Como tal, o formulário de denúncia destina-se a todos os médicos do Serviço Nacional de Saúde e do sector privado que pretendam dar a conhecer uma situação de falta de recursos no seu serviço. A FNAM apenas divulgará dados parciais, que não permitam a identificação dos autores das denúncias.
A situação atual tem de ser rapidamente revertida e a participação dos médicos é fundamental. A FNAM exige salários dignos, uma carreira médica valorizada e um estatuto de penosidade e risco acrescido para todos os médicos.
"O Planalto Cársico é um planalto rochoso calcário que se estende do nordeste de Itália até á Croácia, passando pela Eslovénia . Não precisámos de ir tão longe...Integrada no programa das celebrações do 43º aniversário do SMZC, organizou-se uma caminhada para os sócios e familiares precisamente...na Serra de Sicó , uma elevação rochosa cársica com 553 metros de altitude . A madrugada foi de trovoada e chuva , o cheiro era a terra molhada no ar fresco da manhã.
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A Zona Centro ficou altamente penalizada na colocação de novos Médicos de Família nos Centros de Saúde desta região com a abertura do mais recente concurso para recrutamento dos recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar.
Os Directores Executivos dos Agrupamentos dos Centros de Saúde da Administração Regional do Centro, a quem o SMZC teve acesso, comunicaram que propuseram a abertura de 56 vagas , tendo apenas sido aprovadas pelo Ministério da Saúde a abertura de 37.
As vagas atribuídas são claramente insuficientes não só para se poder atribuir médico de família aos utentes que aguardam há anos por tal, mas também ao não considerar as necessidades que vão advir da aposentação durante este ano dos médicos atualmente em funções. São dezenas de milhares os utentes que vão perder o seu médico de família a adicionar às dezenas de milhares que ainda não o têm.
Na região de Aveiro foi identificada necessidade de 18 médicos e atribuídas 5 vagas,e na região de Leiria a necessidade de 15 médicos e atribuídas 8 vagas, o que significa de com esta decisão ficam perto de 80 000 utentes sem médico de família só nestas duas regiões .
Nesta sequência surgiram movimentos espontâneos de manifestação pública em Aveiro e Leiria com os quais o SMZC se encontra solidário, demonstrando a gravidade da situação, para a qual a FNAM tem vindo constantemente a advertir a tutela.
Perante este cenário actual o SMZC fez pedido urgente de esclarecimento e de correção da situação, junto da ARS Centro e Ministério da Saúde.
Reunião conjunta em Leiria
O Sindicato dos Médicos da Zona Centro participou ontem em reunião na Sede da Sub-Região de Saúde da Ordem dos Médicos, conjuntamente com o SIM, para analisar o ponto de situação Cuidados de Saúde no distrito, nomeadamente no Centro Hospitalar de Leiria e nos Cuidados de Saúde Primários.
Estiveram presentes pelo SMZC as dirigentes Manuela Soares, Alice Oliveira e Natércia Veloso, a delegada sindical Sandra Hilário e o advogado do sindicato, Miguel Monteiro.
Apesar dos problemas já conhecidos da Urgência no Centro Hospitalar de Leiria (CHL), onde os médicos trabalham em condições extremamente desgastantes, com falhas de elementos médicos nas escalas, o Conselho de Administração (CA) decidiu agravar a situação, comprometendo o descanso compensatório nos 8 dias seguintes ao trabalho em dias de descanso obrigatório (domingos e feriados) quando este é normal ou realizado no período noturno.
Não se compreende que o CA do CHL tome esta atitude de desrespeito pela intenção da lei, que é a de compensar o médico de, independentemente da sua vontade, estar a trabalhar em situação de stress e desgaste, como é o serviço de urgência, em dias de descanso obrigatório de forma a permitir à população o seu merecido direito à saúde.
"...risco de se repetirem
os encerramentos parciais
da urgência..."
Tal ficou claro, para consternação do sindicato, nas reuniões tidas recentemente após envio de caderno com todos os problemas identificados pelos médicos de Leiria junto do SMZC.
Nestas condições, o SMZC alerta os médicos e os utentes para a situação alarmante que decorre em Leiria, que compromete a atratividade deste hospital para os médicos, agravando as condições de atendimento em segurança dos utentes.
Existe risco cada vez maior de se repetirem os encerramentos parciais da urgência e reencaminhamento dos doentes para outros hospitais.
10 de Maio de 2022
A DIREÇÃO DO SMZC