Realizar-se-á este ano pela primeira vez o novo modelo da Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada, cuja inscrição obriga ao pagamento de 90 €, um valor que poderá ser revisto a cada 2 anos.
Este valor não foi discutido com as estruturas sindicais que apenas foram ouvidas numa fase inicial do processo, sem que a intenção de cobrar aos médicos a realização da PNA tivesse sido manifestada.
É da responsabilidade do Estado garantir que este tipo de provas existam, que tenham qualidade, que sejam fiáveis e válidas; é igualmente do interesse dos médicos, do Ministério da Saúde e do País garantir que o acesso à formação especializada seja feito de forma transparente, democrática e baseada em critérios de qualidade dos candidatos.
Por estas razões, não é admissível que sejam os jovens futuros médicos a suportar a realização da PNA,o que constituiria mais um encargo para as suas famílias - a que é preciso juntar pelo menos 6 anos de propinas no Ensino Superior.
Esta situação é particularmente grave no cenário actual em que centenas de candidatos ficam sem vagas pelo que têm de repetir a PNA em anos seguintes.
Neste cenário o pagamento da PNA é um factor adicional de discriminação e de dissuasão, com o qual não podemos pactuar.
O Sindicato dos Médicos da Zona Centro e a FNAM envidarão todos os esforços para que o pagamento da PNA seja eliminado e para que os futuros médicos mantenham o acesso a formação médica especializada, devidamente remunerada e com direitos laborais plenos, de modo a que possam renovar e reforçar o Serviço Nacional de Saúde.
O SMZC esteve juntos dos jovens médicos que realizaram a Prova a quem distribuiu o presente comunicado e manifestou a sua solidariedade e disponibilidade para intervir junto do Governo para encontrar soluções.