O Sindicato dos Médicos da Zona Centro, em conjunto com a SRCOM e o SIM, reuniu esta sexta-feira passada, dia 30 de Outubro de 2020 na ARS Centro para discutir o ponto de situação e estratégia delineada para o combate à pandemia na região Centro.
Da FNAM estiveram o Presidente, Noel Carrilho e as dirigentes da FNAM e do SMZC Carla Silva e Vitória Martins. Da ARS estiveram a presidente Drª Rosa Reis Marques, o Dr. João Pedro Pimentel, diretor do departamento de Saúde Publica e o Dr. João Paulo Sousa da Medicina Intensiva.
Foram apresentados da parte da ARS o ponto epidemiológico da região Centro e a ocupação actual e plano de contingência previsto para os Cuidados Intensivos na região.
O SMZC/FNAM questionou qual o plano de contigência a nível de recursos humanos, quer no plano hospitalar e dos Cuidados Intensivos, quer a nível dos Cuidados Primários.
Ficou claro que é este o grande “calcanhar de Aquiles” dos planos de Contingência. Podemos ter espaço e materiais mas os recursos humanos médicos são limitados, fruto da ausência de investimento e de atractividade da carreira dentro do SNS e consequente saída prévia de profissionais para o estrangeiro e sector privado.
Não existe também um plano conhecido para prevenir e assegurar que os recursos humanos médicos na linha da frente não atinjam a exaustão no fim desta que vai ser uma “maratona” para cuidar dos doentes COVID, sem deixar os restantes utentes desprotegidos em relação aos cuidados de saúde que necessitam.
Não é realista pensar que se pode continuar a fazer toda a actividade normal, neste momento em que a pandemia recrudeceu com aumento da pressão sobre o SNS, com necessidade de progredir nos planos de contingência hospitalar e de seguimento de milhares de novos casos que se encontram no domicilio pelos Cuidados Primários e Saúde Pública.
Outros assuntos abordados foram a orientação do ACES do Baixo Mondego em relação ao seguimento de doentes no domicilio no Trace Covid que continha algumas inconformidades a esclarecer; do retomar de verdadeiras ADR-C (Áreas Dedicadas a Doentes com Suspeita de Infeção Respiratória Aguda nos Cuidados de Saúde Primários) destinadas exclusivamente a atender doentes suspeitos da comunidade e os problemas que decorrem da referenciação da Linha Saúde 24 de doentes suspeitos para Unidades de Saúde dos Cuidados Primários que apesar de terem circuitos de doentes respiratórios atendem também doentes não respiratórios, sendo muito difícil separar de forma eficaz estes circuitos pela ausência de existência de seguranças que possam auxiliar neste processo.
O SMZC/FNAM continuará a seguir de forma atenta o progredir da situação e a intervir de forma assertiva sempre que necessário.